domingo, 26 de dezembro de 2010

Litha (e de volta à atividade)

Após um hiato de mais de ano (por N motivos que não cabem aqui detalhar), pretendo retornar esse blog. Quero pelo menos fazer postagens nem que sejam semanais, já que diárias é bem complicado.

Esse blog ganhou um irmão, por assim dizer, que será o meu Livro das Sombras virtual. Um local com infomações menos pessoais, mais estilo manual, mesmo. Se quiserem conferir, fiquem à vontade!

http://netbookofshadows.blogspot.com

Bom, para essa postagem, quero falar um pouco desse último sabbath que celebramos, o Litha. Foi bem interessante, até pelo fato de ter sido o primeiro celebrado em nossa casa nova, a energia fluiu de uma maneira muito interessante.


Litha é o Solstício de Verão. Comemorado no hemisfério Sul por volta do dia 21 de dezembro, é o dia mais longo do ano. É um período de armazenamento e de celebração de tudo o que é bom na vida. Nesse período, podemos desejar cultivar e cuidar das coisas que ingressaram em nossas vidas de modo especial. Rituais devem incluir uma celebração e uma apreciação dos presentes que recebemos em nossas vidas.

No Brasil, essa festa teve uma adaptação bem diferenciada, quando trazida pelos colonizadores portugueses: por ser uma festividade que ocorre por volta de 21 de junho no hemisfério Norte (verão lá, inverno aqui!), ela foi adaptada como uma festa de inverno, com fogueiras, e dança, e comidas típicas. Em Portugal, nesse período comemoram-se os Santos Populares (Santo Antônio, São João e São Pedro), com muita festa, dança e casamentos comunitários em desfiles pelas ruas de Lisboa, Porto, Braga e Figueira da Foz.
Sim, vocês já devem ter percebido, está aí uma das origens da Festa Junina! Até mesmo o fato de se fazer comidas com milho (pamonha, curau...) é um significado de fartura e colheitas bem sucedidas.

*O outro sabbath que interferiu na origem das festas juninas foi Beltane, mas isso eu complemento em outros posts.

O Solstício do Verão é uma época tradicional, em que os Bruxos colhem as ervas mágicas para encantamentos e poções, pois acredita-se que o poder inato das ervas é mais forte nesse dia. é o momento ideal para as divinações, os rituais de cura e o corte de varinhas divinas e dos bastões. Todas as formas de magia (especialmente as do amor) são também extremamente potentes na véspera do Solstício do Verão, e acredita-se que aquilo que for sonhado nessa noite se tornará verdade para quem sonhar.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbat do Solstício do Verão são vegetais frescos, frutas do verão, pão de centeio integral, cerveja e hidromel.

Incensos: olíbano, limão, mirra, pinho, rosa e glicínia.
Cores das velas: azul, verde.
Pedras preciosas sagradas: todas as pedras verdes, especialmente a esmeralda e o jade.
Ervas ritualísticas tradicionais: camomila, cinco-folhas, sabugueiro, funcho, cânhamo, espera, lavanda, feto masculino, artemísia, pinho, rosas, erva-de-são-joão, tomilho selvagem, glicínia e verbena.

A noite de Litha é favorável ao contato com seres encantados, como fadas, duendes e sílfides. Existe um costume de se fazer uma pequena oferenda de biscoitos para os seres da natureza, numa tentativa de manter as relações de paz com o mundo selvagem.


Uma boa definição do que seria uma noite de Litha está descrito na comédia de Shakespeare, "Sonhos de uma noite de verão" (no original " A midsummer night's dream"). Na história, os quatro personagens principais (Demetrius, Helena, Lisandro e Hérmia) encontram-se em uma floresta povoada por fadas, sátiros, ninfas e outros seres encantados. Puck aparece e, junto com Oberon, o Rei das Fadas, arma a confusão para os casais, com o uso de uma poção mágica que faz com que a pessoa que a beba se apaixone pelo primeiro ser vivo que ver pela frente.

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